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ESPIRITUALIDADE SÓLIDA EM UMA GERAÇÃO LÍQUIDA

Parte 3


● Disciplinas Corporativas – Que conduzem nossas interações para o caminho de Cristo > Serviço e Evangelismo.

Como devemos interagir com o próximo? Servindo e evangelizando.

+ SERVIÇO

A humildade é uma das virtudes que nunca são ganhas por buscá-las, pensar que a temos é prova segura de que não a possuímos. Porém, não é preciso ficar esperando que algum dia a humildade caia sobre nós — há algo que podemos fazer e a disciplina do serviço é um bom caminho.

Nada como o serviço para disciplinar os desejos desordenados da carne, ainda mais quando isso acontece no anonimato. Essas inclinações sempre arranjam meios sutis e religiosamente aceitáveis para chamar a atenção aos serviços prestados. Enfim, a carne é o inimigo mortal da humildade.

A disciplina do serviço ensinará à carne a dolorosa lição de que ela não tem direitos próprios. O resultado disso tudo será o surgimento da graça da humildade que virá sem que a percebamos. Embora as demandas da vida sejam tão grandes como sempre, viveremos em um novo senso de paz sem pressa. As pessoas a quem outrora invejamos serão vistas com compaixão e as que teríamos ignorado serão consideradas como indivíduos agradáveis. Nossos dias serão pontilhados de expressões espontâneas de louvor e adoração, pois o serviço anônimo prestado ao próximo é uma oração de ações de graça posta em prática.

Passagens como Mateus 20.20-28, Lucas 22.25-27 e João 13.12-17 são fundamentais para a compreensão dessa disciplina por meio do Mestre, o Servo Sofredor, Jesus.

A liberdade na disciplina do serviço está em acabar com nossa necessidade ou desejo de uma “ordem de importância”. Como bem pontua Richard Foster: “A sociedade humana vive como os galináceos: no galinheiro não há paz até que fique claro quem é o mais importante, o menos importante, e quem fica entre o poleiro de cima e o de baixo. Podemos ver isso facilmente em situações tais como onde as pessoas se assentam, como caminham em relação aos outros, quem sempre cede quando duas pessoas falam ao mesmo tempo, etc.” A liderança ou a autoridade não devem ser abolidas, mas Jesus redefiniu completamente a liderança e traçou as linhas de autoridade. Para ele, a autoridade é uma função, não um status.

+ EVANGELISMO
"Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mt 28.19, 20).

Francis Chan lança um olhar provocador sobre o papel do Corpo de Cristo: "Estou chocado ao ver como somos dependentes do tipo adequado de pregador e do músico perfeito, capaz de atrair as pessoas ao culto de adoração. Mas o que aconteceria se a igreja – o povo de Deus reunido em qualquer lugar – fosse a atração propriamente dita, a despeito de quem estivesse pregando ou cantando naquele dia? Isso é o que basta para muitos de nossos irmãos ao redor do mundo."

"E disse-lhes: 'Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas'" (Mc 16.15).

"Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém" (Lucas 24:46,47).

"Novamente Jesus disse: 'Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio" (Jo 20.21).

O evangelismo é o transbordar natural da vida cristã. Todos nós devemos ser capazes de falar sobre o que o Senhor fez por nós e o que Ele significa para nós. Mas o evangelismo também é uma disciplina, pois devemos nos disciplinar para entrar no contexto missional da evangelização, isto é, não devemos simplesmente esperar que as oportunidades de testemunhar ocorram.

Em Mateus 5.16, Jesus disse: "Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". Fazer brilhar a sua luz perante as outras pessoas significa mais do que simplesmente "Não fazer nada que impeça que sua luz brilhe".

CONCLUSÃO
Que a confiança naquele que é a pedra solidamente assentada, o nosso Senhor Jesus, nos conduza em seu caminho, como discípulos disciplinados em meio à uma geração líquida. Parafraseando Dietrich Bonhoeffer, o que custou para o Deus Pai a vida do Filho não pode ser barateado. Que nossa resposta à graça divina possa glorificar o seu nome, com nossos corações e mentes formados por meio da oração e do jejum. Que ao ouvir o Senhor por meio da leitura das Sagradas Escrituras e ao responder a ele em adoração, nossas motivações sejam orientadas com o seu propósito. E, por fim, que sejamos enviados nesta geração líquida como servos evangelistas, crendo nele, não sendo abalados e não fugindo de nossa vocação.

João Costa